sábado, 26 de março de 2011

Maria Santíssima nossa medianeira de intercessão junto à Jesus Cristo



          “É mais perfeito, porque mais humilde, não nos aproximarmos diretamente de Deus, mas servimo-nos de um mediador” (TVD, art. 83). É essa, pois a quarta verdade apresentada por São Luís Maria G. de Montfort, ao nos convencer dos imensuráveis benefícios que alcançamos de Deus por meio da nossa entrega total a Ele na santa escravidão de amor.
              O grande apóstolo da Virgem Maria e da Cruz nos mostra que pedir a intercessão ou o auxílio da Mãe do Senhor é, antes de tudo, um sinal de profunda humildade e reconhecimento de que somos imensamente indignos de nos aproximarmos por nós mesmos da Majestade Suprema que é o próprio Deus feito carne no ventre santo da Puríssima Virgem.
O que diz esse grande santo está, portanto em perfeita comunhão com o que é defendido pela nossa Santa Igreja na Constituição Dogmática Lumen Gentium (art. 60):

É um só o Mediador, segundo as palavras do Apóstolo: “Porque há um só Deus, também há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, verdadeiro homem, que se ofereceu em resgate por todos” (1 Tm 2, 5-6). A função maternal de Maria para com os homens, de nenhum modo obscurece ou diminui esta mediação única de Cristo, antes mostra qual a sua eficácia.

É justamente partindo desse entendimento, que Montfort nos ensina sobre a importância da mediação de Nossa Senhora, afirmando ser Ela a pessoa mais capaz de desempenhar esta função caridosa, visto que foi por Ela que nos veio Jesus Cristo e é por Ela que devemos ir a Ele (Cf. TVD, art. 85).
Nosso Senhor nos diz: “ninguém vai ao Pai se não por mim” (Cf. Jo 14,6). Ora, se para irmos até Deus Pai necessitamos de um Mediador, será que podemos aproximar-nos de Jesus, que é Deus em tudo igual ao Pai, valendo-nos de nossas próprias forças, negligenciando a mediação de Sua própria Mãe?
Apoiemo-nos mais uma vez na orientação da nossa Santa Igreja:

Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece (Lumen Gentium, art. 60).

Nesse sentido, Montfort nos mostra a beleza dessa sublime e perfeita comunhão entre a Mãe de Deus e Seu Divino Filho:

Ela não é o Sol, que pela vivacidade dos seus raios poderia cegar-nos por causa da nossa fraqueza. Ela é bela e doce como a Lua, que recebe a luz do Sol e abranda a fim de adaptá-la a nossa pequenez. É tão caridosa que não repele nenhum dos que pedem a sua intercessão, por mais pecador que seja (TVD, art. 85).
           
            De fato, é preciso dizer que todos os méritos e privilégios recebidos por Maria Santíssima dão-se em função de sua diviníssima e incomparável missão, ser a Mãe de Deus. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça (Lumen Gentium, art. 61).
            Sendo assim, a Virgem Mãe de Deus, cooperadora inseparável de Cristo em toda a história da Salvação, continua a Sua missão de nos resgatar mesmo após a Sua Gloriosa Assunção: “Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos” (Lumen Gentium, art. 62).
           Portanto, se receamos ir diretamente a Jesus Cristo, nosso Deus, por causa da Sua grandeza infinita, ou da nossa miséria, ou ainda dos nossos pecados, imploremos ousadamente o auxílio e a intercessão de Maria, nossa Mãe, nos diz Montfort (Cf. TVD, art. 85). Saibamos que necessitamos subir três degraus, nos ensina São Bernardo e São Boaventura (apud TVD, art. 86): o primeiro que está mais perto de nós e mais conforme a nossa capacidade, é Maria Ss.; o segundo é Jesus Cristo, e o terceiro é Deus Pai. Dessa maneira, para ir até Jesus é preciso ir à Maria Santíssima.
 Por fim, Montfort nos explica que a Mãe do Puro Amor é a nossa Medianeira de intercessão. Enquanto Jesus é o nosso Medianeiro de Redenção, pois é Ele que nos leva ao Eterno Pai. Esse entendimento nos leva então a compreensão da Consagração a Jesus por Maria Ss., onde apontamos a Virgem Mãe de Deus como o caminho mais fácil, curto, perfeito e seguro de chegar até Jesus, Nosso único Senhor e Salvador.
Confiemos, portanto na infalível mediação da Virgem Santíssima, certos de que nunca se ouviu dizer que alguém que tenha recorrido a Ela, com confiança e perseverança, tenha sido desamparado! CONSAGRA-TE e terás mil vezes mais o auxílio, a fortaleza, a paz e a segurança Daquela que é a nossa grande Mãe e advogada!


Referências

IGREJA CATÓLICA. Lumen Gentium: Constituição Dogmática do Concílio Ecumênico Vaticano II sobre a Igreja. 22. Ed. Brasileira. São Paulo: Paulinas, 2010.

MONTFORT, São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.




 Maria Cristina é membro aliança nível 2, casada e mora no Condomínio Mãe de Deus.










Para citar esse artigo:
Maria Cristina Pereira de Paiva - "Maria Santíssima nossa Medianeira de intercessão junto à Jesus Cristo"
  Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://consagracaomontfortina.blogspot.com/2011/03/maria-santissima-nossa-medianeira-de.html
Online, 26/03/2011 às 10:30h        

segunda-feira, 14 de março de 2011

Devemos esvaziar-nos do que há de mau em nós


Para a perfeição e união com Jesus Cristo precisamos despojar-nos de tudo o que de mau existe em nós” (TVD, art. 78) afirma  o grande apóstolo da Virgem Maria e da Cruz, São Luís Maria Grignion de Montfort, defendendo essa verdade como fundamental para uma Verdadeira Devoção para com a Santíssima Virgem Maria. No entanto, essa afirmação provoca em nós o seguinte questionamento: conhecemos o nosso fundo mau ou temos ainda um conceito muito elevado de quem realmente somos? Buscaremos por meio de algumas reflexões, sobre nós mesmos, entender o quanto é necessário o conhecimento de si, de nossas misérias e limitações humanas, para alcançamos a perfeição em Cristo.
Primeiramente é preciso saber que o conhecimento de si mesmo é profundamente necessário para o progresso na vida espiritual. Conhecimento não só de nossas boas qualidades, mas também, de nossas qualidades ruins, ou seja, do nosso fundo mau.        
O conhecimento de si mesmo é um exercício espiritual que nos faz enxergar à luz do Espírito Santo o nosso interior, os sentimentos bons e ruins que habitam no mais íntimo do nosso ser. É por esse motivo, que uma alma que deseja alcançar a perfeita união com Jesus deve debruçar-se de coração contrito sobre o que verdadeiramente é - eu atual-, buscando chegar à plenitude do que Deus quer ela seja - eu ideal (NOGUEIRA; LEMOS, 2006).
Em sua sabedoria divina, Montfort entendia perfeitamente essa necessidade eminente do conhecimento de si mesmo para alcançar uma verdadeira devoção a Nossa Senhora, elegendo esse exercício espiritual não só com um requisito, mas também como um maravilhoso efeito desta consagração (cf. TVD, art. 213).
Nesse contexto, Montfort nos ensina que para nos despojar de nós mesmos é preciso seguir alguns passos:

Em primeiro lugar, (é preciso) conhecer bem, pela luz do Espírito Santo, o nosso fundo mau, a nossa incapacidade para qualquer bem útil à salvação, a nossa fraqueza em todas as coisas, a nossa permanente inconstância, a nossa indignidade de toda a graça, a nossa iniquidade em toda a parte (cf. TVD, art. 79).

Para que possamos entender esse primeiro passo para o despojamento é importante compreender que só se reconhece indigno, fraco e incapaz de receber qualquer graça, aquele que se reconhece pequeno, e que busca na virtude da Profunda Humildade da Mãe de Deus a coragem de se “despir” do homem velho e da mulher velha, rasgando o seu coração diante do Senhor e de Sua Augustíssima Mãe. 
Com o objetivo de facilitar a nossa compreensão sobre o fundo mau que existe em nós, Montfort nos compara a alguns animais, entre eles, o orgulhoso pavão, os sapos apegados a essa terra, a serpente invejosa, ou ainda, aos porcos gulosos, aos tigres coléricos, as tartarugas preguiçosas, aos inconstantes cata-ventos (cf. TVD, art. 79). Em todos eles, conseguimos enxergar as semelhanças com o orgulho que envenena a nossa alma, o apego às coisas do mundo que nos impedem de seguir a Deus, e tantas outras fraquezas que nos fazem reconhecer-nos como absolutamente nada diante do Altíssimo.
Em segundo lugar, para nos despojar de nós mesmos, nos ensina Montfort (cf. TVD, art. 81), é preciso:

[...] morrer todos os dias. Isto quer dizer que é preciso renunciar às operações das potências da nossa alma e dos sentidos do nosso corpo, ou seja: temos de ver como se não víssemos, de ouvir como se não ouvíssemos, de nos servir das coisas deste mundo como se delas não nos servíssemos (cf. 1 Cor 7, 29-31).

              Quanto a essa mortificação dos sentidos, nos diz São João da Cruz: “Se alguém afirmar que pode ser perfeito sem a mortificação externa, não lhes deis crédito, nem mesmo que faça milagres para comprovar, pois é pura ilusão” (CARVALHO; CARVALHO, 2010). Esse santo acrescenta ainda, que com um só ato de mortificação podem-se praticar muitas virtudes. Assim, aquele que busca a perfeição em Cristo deve buscar a mortificação, o que vem a ser o mesmo que morrer todos os dias, crucificando as suas próprias vontades e desejos para que prevaleça a vontade de Deus em todas as suas ações, por menores que sejam.
              Em terceiro lugar, continua Montfort,

É preciso escolher dentre todas as devoções à Santíssima Virgem, aquela que nos leva mais a esta morte para nós próprios, porque esta é a melhor e a mais santificante. [...] Na natureza há segredos para fazer operações naturais em pouco tempo, econômica e facilmente. Na ordem da graça existem também segredos para fazer operações sobrenaturais em pouco tempo, suavemente e facilmente (cf. TVD, art. 82).
             
              O segredo de alcançar a santidade em menos tempo e de forma perfeita é justamente consagrando-se inteiramente e sem reservas a Augusta Rainha do Céu e da Terra, para assim pertencer perfeita e unicamente ao Seu Diviníssimo Filho, Jesus Cristo. Quanto mais uma alma busca o conhecimento e, por conseguinte o desprezo de si mesmo, despojando-se de todo mau que nela habita mais rapidamente essa alma consegue encher-se de Deus e por meio de Maria Santíssima tornar-se plena da graça divina.  Esse maravilhoso segredo consiste, portanto, em deixar-se modelar por Maria Santíssima, conferindo a Essa Amável Senhora o direito já concedido por Deus, de operar magnificamente em nossas almas e sermos por Ela preenchidos de Suas virtudes. Mas, para isso é antes necessário, como vimos acima, deixar morrer o homem velho e a mulher velha, esvaziando-se do que há de mau em nós, para que a Imaculada possa habitar, viver e glorificar o Seu Amadíssimo Filho em nós!
              Por fim, deixamos aqui algumas pistas para reflexão,  que nos levarão a um profundo conhecimento de nossa miséria, ressaltando a importância dessa prática na Quaresma, tempo litúrgico vivenciado por toda a Igreja, que busca no jejum, oração e esmola, praticar a Mortificação dos Sentidos e a Caridade Ardente, virtudes da Virgem Maria.

Para refletir...
1º Todo homem tem desejo natural de saber; mas, que aproveitará a ciência sem temor de Deus? Melhor é, por certo, o humilde camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo que observa o curso dos astros, mas se descuida de si mesmo; Aquele que conhece bem se despreza e não compraz em humanos louvores;
Não há mais útil estudo do que conhecer-se perfeitamente e desprezar-se a si mesmo;
3º Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, é prova de grande sabedoria e perfeição;
4º Ainda que não vejas alguém pecar publicamente ou cometer faltas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem;
5º Todos nós somos fracos, mas a ninguém deves considerar mais fraco que a ti mesmo (Imitação de Cristo, 1979).

       Para que possamos crescer em nossa caminhada espiritual, supliquemos humildemente o auxílio da Estrela do Mar, para que Ela nos guie nesse árduo e doce caminho de santidade, tendo a certeza que Ela é, sobretudo, Mãe de Misericórdia, e poderosa intercessora junto ao Seu Filho e Senhor, Jesus!
             
CONSAGRA-TE!

Referências:

CARVALHO, César Augusto Saraiva de; CARVALHO, Mara Lúcia Figueirêdo Vieira de. CONSAGRA-TE! Espiritualidade Mariana na Vida dos Santos. Natal: Mater Dei Gráfica e Editora, 2010.

IMITAÇÃO de Cristo. São Paulo: Paulus, 1979.

MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.
NOGUEIRA, Maria Emmir Oquendo; LEMOS, Silvia Maria Lima. Tecendo o fio de ouro: caminho Ordo Amoris. Fortaleza: Edições Shalom, 2006.



Maria Cristina é membro aliança nível 2, casada e mora no Condomínio Mãe de Deus.








 
Para citar esse artigo:
Maria Cristina Pereira de Paiva - "Devemos esvaziar-nos do que há de mau em nós"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://consagracaomontfortina.blogspot.com/2011/03/devemos-esvaziar-nos-do-que-ha-de-mau.html
On line, 14/03/11, às 22:35.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pertencemos a Jesus e a Maria Santíssima na qualidade de escravos


         Iniciamos a nossa reflexão sobre esse tema, a partir de um questionamento que devemos fazer a nós mesmos: A quem estamos servindo? A Nosso Senhor Jesus Cristo? Ou ao príncipe deste mundo, Satanás?
           No mundo de hoje, o que se tem é um afastamento cada vez maior dos princípios e valores cristãos tendo como argumento a busca da verdadeira liberdade. Desse modo, falar de escravidão, na realidade atual é algo mais do que ultrapassado, é antes de tudo, uma visita indesejável a um passado de sofrimento e rejeição de um povo, denominado escravo.
           De fato, o período histórico que mencionamos não nos traz lembranças boas, ao contrário, nos mostra a total falta de caridade que o homem pode ter por aquele que lhe é semelhante.  Mas, se sentimos horror ao pensar nos maus-tratos recebidos pelos negros, por que não nos preocupa a escravidão da alma, causada por Satanás, princípio e autor do pecado?  
 É por meio do Sacramento do Batismo que nos tornamos participantes da redenção de Cristo e recebemos os merecimentos do Sacrifício de Jesus, que morreu na Cruz para nos salvar dos nossos pecados. Assim, é por meio desse Sacramento que nos tornamos Filhos de Deus, autênticos cristãos, selados pelo Espírito Divino, que infunde em nossas almas dons especiais que nos ajudam a permanecer na vida em Cristo Jesus (Cf. CIC 1212). É o Santo Batismo que nos liberta da escravidão do Demônio e nos faz escravos do Senhor.   
Nesse contexto, São Luís Maria G. de Montfort nos ensina que pertencemos a Jesus Cristo na qualidade de escravos, propriamente por sermos criaturas de Deus, e ainda por renovarmos a nossa pertença a Ele por meio da Consagração. Essa prática, por sua vez, consiste no uso pleno de nossa liberdade humana, onde por livre vontade renovamos as promessas do Santo Batismo, ratificando a nossa pertença a Deus e a renúncia a Satanás, ao pecado.
Para que esse entendimento seja assimilado da melhor forma, Montfort, esse grande apóstolo da Virgem Maria e da Cruz, nos explica que há três espécies de escravidão: uma natural, outra forçada e outra voluntária:

Todas as criaturas são escravas de Deus da primeira forma: “Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela está contido” (Sl 23,1). Os demônios e os réprobos pertencem à segunda categoria, os justos e os santos à terceira. A escravidão voluntária é a mais perfeita e mais gloriosa para Deus, que olha ao coração, que pede o coração, que se chama o Deus dos corações (I Sm 16,7; Sl 72,26; Pr 23,26), ou da vontade amorosa  (Cf. TVD, art. 70).

           Até os demônios são escravos do Senhor Deus, mesmo que forçadamente. Todos nós somos naturalmente escravos, mas podemos honrar e alegrar ainda mais o Coração de Deus, ao servi-lO não só por nossa obrigação, por assim dizer, mas também e principalmente por amor.  Além dessas três categorias, cabe ainda ressaltar o significado que tem a escravidão no contexto da metodologia utilizada por Montfort. Segundo ele, se faz necessário destacar a diferença entre servo e escravo, essas seriam as duas maneiras de pertencer à outra pessoa e depender de sua autoridade.
         Na primeira maneira, a servidão, comum entre os cristãos, um homem compromete-se a servir outro durante certo tempo, mediante determinada paga ou recompensa. Na segunda maneira, a escravidão, um homem depende inteiramente de outro, por toda a vida, e deve servir o seu senhor sem pretender paga nem recompensa alguma (Cf. TVD, art. 69). Partindo desse entendimento, é que Montfort afirma:

“Nada há entre os homens, que mais nos faça pertencer a outrem que a escravidão. Do mesmo modo nada há entre os cristãos que nos faça pertencer mais absolutamente a Jesus Cristo e à Sua Santa Mãe do que a escravidão voluntária” (TVD, art. 72).

        Chegamos aqui, no ponto principal de nossa reflexão, a escravidão de amor a Jesus por Maria Santíssima como a mais perfeita forma de glorificar e servir a Deus. Todavia, se faz necessário compreender que se Jesus Cristo é o Rei e Senhor, a Virgem Santíssima, Sua Mãe, é Nossa Rainha e também Nossa Senhora. O desejo de pertencer a Virgem Maria para assim poder servir a Jesus é, portanto uma via de santidade perfeita, tendo em vista que o primeiro escravo de amor da Santíssima Virgem foi o próprio Cristo, que se fez prisioneiro em Seu ventre santo (Cf. Fl 2, 6-7).
          Essa compreensão é um tanto lógica, uma vez que Jesus e a Virgem Santíssima estão sempre unidos, e não em partidos distintos. O que nos leva a afirmar que aquele que se diz escravo ou servidor de Cristo, é também, mesmo a contragosto, escravo da Virgem Maria. Ou, seria correto pensar, que Jesus, Nosso Rei e Salvador, hesitaria em fazer a Sua Mãe participante de Seu Reino de amor? Claro que não, pois se nós, que somos filhos ingratos, prezamos por nossa mãe, e as temos como grande tesouro, quanto mais Jesus, o mais perfeito Filho!
            Podemos dizer com Montfort: “Tudo o que convém a Deus por natureza, convém a Maria por graça...”. Segundo esse ensinamento, Jesus e a Virgem Maria têm os mesmos súditos, servos e escravos, visto que os dois não têm senão uma só vontade e um só poder (TVD, art. 74). Isso porque, Jesus Cristo escolheu a Santíssima Virgem por companheira indissolúvel, cumulando-A de graças, direitos e privilégios que Ele possui por natureza. Assim, o poder que tem a Virgem Santa sobre nós é concedido pelo próprio Cristo e Senhor, por reconhecimento dos méritos e virtudes de Sua Mãe Santíssima e também pelo imenso e incalculável amor que tem por Ela. 
          Por último, é importante saber que o ofício da Rainha dos Céus, Maria Santíssima, não é outro senão levar os Seus escravos amorosos até Seu Divino Filho, pois é Ele o fim último da Verdadeira Devoção a Nossa Senhora. Por esse motivo é que São Luis Maria G. de Montfort diz: “Se não querem que alguém se diga escravo da Santíssima Virgem, que importa? Que se faça e se diga escravo de Jesus Cristo” É o mesmo que sê-lo da Santíssima Virgem, visto que Jesus é o fruto e a glória de Maria (Cf. TVD, art. 77).

Seja você também um escravo de amor de Jesus Por Maria Santíssima!
CONSAGRA-TE!


*Para aprofundar-se ainda mais nos conhecimentos sobre a Consagração ensinada por São Luís Maria Grignion de Montfort, você pode adquirir o Manual de Consagração: Totus Tuus! Deus e a Santíssima Virgem o abençoem!
Mais informações: Totus Tuus

Referências:

IGREJA CATÓLICA. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.


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Maria Cristina é membro aliança nível 2, casada e mora no Condomínio Mãe de Deus.