A Verdadeira Devoção a Nossa Senhora é edificada por verdades fundamentais, ou seja, princípios básicos estruturados por São Luis Maria Grignion de Montfort para que entendamos a essência da Consagração.
O primeiro princípio é justamente aquele que nos mostra Jesus Cristo como Fim Último, princípio e fim de todas as coisas, onde habita toda a plenitude da Divindade, e todas as outras plenitudes de graça, virtude e perfeição.
De fato, Deus não constituiu outro fundamento para a nossa salvação, perfeição e glória senão Jesus Cristo, portanto, todo edifício que não estiver erguido sobre esta pedra firme está construído sobre areia movediça e, mais cedo ou mais tarde, acabará, infalivelmente, por cair (cf. TVD, art. 61). “Fora de Jesus Cristo tudo é extravio, mentira, iniquidade, inutilidade, morte e condenação”, nos afirma Montfort.
Agora, paremos um pouco. Reflitamos sobre a seguinte questão: Poderia a Mãe do Salvador, Aquela que foi escolhida por Deus Pai para gerar, nutrir, cuidar, educar e formar o próprio Deus feito homem, nos levar a outro fim, senão ao Seu Amadíssimo Filho? Poderia Maria Santíssima, Sacrário Vivo de Deus, Esposa Fidelíssima do Espírito Santo, nos conduzir a outro caminho que não fosse o da salvação e perfeição em Cristo Jesus?
A essas indagações São Luis Maria G. de Montfort, responde dizendo que se a Devoção à Santíssima Virgem nos afastasse de Jesus Cristo, deveríamos repeli-la como uma ilusão do demônio. Mas, muito pelo contrário, esta Devoção é-nos indispensável para encontrar perfeitamente Jesus Cristo, para amá-lO ternamente e servir com fidelidade (cf. TVD, art. 62).
De acordo com esse grande apóstolo da Virgem Maria e da Cruz, Jesus está sempre com Maria Ss., e Ela está sempre com Jesus, pois se não estivesse deixaria Ela de ser o que é. Para que tenhamos um melhor entendimento dessa verdade, acompanhemos as próprias palavras de Montfort a Jesus:
“Maria está de tal modo transformada em Vós pela graça que já não vive, já nem existe: Só Vós, meu Jesus, é que viveis e reinais n’Ela, mais perfeitamente que em todos os anjos e bem-aventurados”(TVD, art. 63).
Diante de tantos motivos apresentados por este santo, torna-se realmente inconcebível que tenha a Virgem Santíssima um lugar tão discreto, frio e desprezado nos corações dos Seus próprios filhos, confiados a Ela pelo próprio Senhor no ápice de Sua Paixão Redentora, ao dizer: “Mulher, eis aí teu filho” e ao discípulo que amava: “Eis aí tua mãe” (cf. Jo 19, 26-27).
É, portanto, de se espantar que muitos dos cristãos desprezem a Mãe do Senhor (cf. Lc 1, 43) e ainda, tenham medo de aproximarem-se dessa Benigníssima Virgem, pensando que assim irão desagradar a Jesus, Filho de Deus e de Maria Ss.. Quanto a essas pessoas, Montfort pergunta: “Ó meu amável Jesus, terão estas pessoas o Vosso espírito? Dão-Vos gosto procedendo deste modo? Por acaso, a Devoção à Vossa Santa Mãe impedirá a Vossa? Forma Ela um partido à parte? Separa-se ou afastasse do Vosso Amor que a Ela se dá e ama?”.
Podemos então nos unir a Montfort e suspirar: “Ah! Se os homens conhecessem a glória e o amor que recebeis desta admirável criatura, teriam sobre Vós e sobre Ela sentimentos muito diferentes dos que têm!”.
Ninguém pode amar mais um filho do que sua mãe. A mãe ama desinteressadamente e de forma plena, pois foi quem gerou e trouxe à vida aquele novo ser. Assim, a Virgem Maria, a melhor de todas as mães, ama o Seu Filho e o Seu Deus como jamais criatura alguma poderá amar, e está tão unida a Ele, que a razão não pode compreender. Isso porque a comunhão que existe entre esses preciosos Tesouros do Altíssimo não se limita à comunhão humana, existindo, sobretudo uma comunhão de corações, uma comunhão espiritual: “Ela Vos está tão intimamente unida que seria mais fácil separar de Vós todos os anjos e santos, do que Maria Santíssima. Ela Vos ama, pois, mais ardentemente e Vos glorifica mais perfeitamente que todas as outras criaturas juntas” (TVD, art. 63).
Por isso, não hesitemos em ir à Maria Santíssima, demorando-nos por demais em nossos escrúpulos, ao contrário sejamos humildes, mansos e amorosos para com a Mãe do Senhor e também a nossa Mãe e Senhora. Reconheçamos a nossa pequenez e indignidade, e aceitemos do Salvador o consolo que nos foi dado no alto da Cruz, a Sua Mãe Santíssima.
CONSAGRA-TE!
Referências:
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.
Maria Cristina é membro aliança nível 2, casada e mora no Condomínio Mãe de Deus.
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